Archivo Español de Arqueología 95
enero-diciembre 2022, e25
ISSN: 0066-6742, eISSN: 1988-3110, ISSN-L: 0066-6742
https://doi.org/10.3989/aespa.095.022.res07

Reseña de / Review of: Ana Ruiz Osuna (Coord.), Morir en Hispania. Novedades en topografía, arquitectura, rituales y prácticas funerarias, SPAL Monografías Arqueología XXXVII, Editorial Universidad de Sevilla, Sevilla, 2021, 477 pp. ISBN: 978-84-472-3055-6.

Armando Redentor

Universidade de Coimbra, Faculdade de Letras, Centro de Estudos Interdisciplinares - CEIS20

https://orcid.org/0000-0002-6459-3285

CONTENIDO

A arqueologia pode ser entendida como a disciplina das coisas (Olsen et al., 2012Olsen, B., Shanks, M., Webmoor, T. y Witmore. C. (2012). Archaeology: The Discipline of Things. Berkeley: University of California Press.). Esta é uma definição simples e simultaneamente complexa, fruto do desenvolvimento que esta ciência teve ao longo de um tempo não especialmente longo, mas já claramente distante das conceções oitocentistas. Os contextos funerários foram, desde cedo, um foco de atração dos arqueológos, pela leitura social que, num entendimento imediatista, podiam permitir ou pela qualidade e excecionalidade dos espólios facilmente capazes de atrair atenções e investimentos, estrelas de uma museografia centrada no objeto. Imediatamente nos lembramos dos túmulos do Antigo Egito ou dos trabalhos de H. Schliemann em Micenas, para referir exemplos populares anteriores aos meados do século passado.

O caminho de renovação epistemológica que a ciência arqueológica foi experienciando posteriormente, graças ao processualismo binfordiano e sua crítica pós-processual, conduziu a investigação sobre o mundo funerário a uma dimensão muito mais rica, multifacetada e refinada, afirmando-se a arqueologia da morte como um campo de análise específico de confluência multidisciplinar. Tornou-se factível afrontar o sempre difícil tema das conceções sobre a morte e ritos que lhes subjazem, vistos como algo intrínseco à vida e experiência quotidiana dos indivíduos e comunidades, uma vez que são uma via, não confinada ao momento do enterro, para produzir memória familiar e comunitária. Igualmente o contexto funerário pode ser campo fértil para a análise do corpo e da sua conceção ou contribuir para a reconstituição paisagística, seja da funerária propriamente dita e da sua relação com os assentamentos, seja do entorno ambiental em que se estrutura, sobretudo graças ao aprofundamento multidisciplinar que decorre do recurso aos estudos arqueométricos, não apenas tanatológicos proporcionados pela paleoantropologia, mas também arqueobotânicos, arqueozoológicos, geoarqueológicos e cronométricos.

O mundo da morte em período romano, nas Hispânias, teve, no último meio século, abordagens díspares, mas dele têm assomado fundamentalmente as necrópoles urbanas de uma civilização que tem na cidade o nó de uma rede comunicacional que põe em contacto o todo provincial. O livro que se recenseia origina-se precisamente em aportações de distintas linhas de trabalho que também vertebram o estudo da área de necrópole urbana alto-imperial cordovesa de Llanos del Pretorio (cf. Vaquerizo e Ruiz, 2020Vaquerizo, S. y Ruiz, A. (Eds.) (2020). El sepulcretum de Llanos del Pretorio (Córdoba - España). Bari: Edipuglia.), cujos resultados particulares motivaram a celebração, em 2019, de um congresso internacional intitulado Rituales, costumbres funerarias y prácticas mágicas en Hispania: a propósito del sepulcretum de Llanos del Pretorio (p. 14). Neste, pretendeu-se, por um lado, dar a conhecer à comunidade científica as novidades resultantes dessa investigação concreta e, por outro, pô-los em paralelo com diferentes casos hispânicos. Das sinergias geradas nessa reunião científica, ocorrida em Córdoba, resulta esta monografia coordenada por Ana Ruiz Osuna, na qual se integram duas dúzias de artigos que apresentam novos dados científicos e apontam para linhas de trabalho futuras neste campo da arqueologia da morte.

A estrutura do livro segue uma organização que é, por um lado, administrativa, baseada na divisão provincial tripartida augustana e, por outro, temática, uma vez que nos dois apartados seguintes se abordam questões específicas que visam essencialmente o todo hispânico, resultando, ainda assim, de uma opção que tem por base última uma aproximação de escala territorial.

A primeira parte é dedicada à Bética e as sete contribuições referentes a esta província centram-se, sobretudo, em estudos que versam sobre a sua capital, com perspetivas de conjunto acerca da ritualização da morte em período alto-imperial e na antiguidade tardia. Estas são antecedidas por abordagens singulares referentes a Baelo Claudia e a Onuba. Em ambos os casos se confrontam os costumes funerários espelhados em necrópoles das respetivas cidades.

Relativamente a Baelo Claudia (pp. 17-30), apresentam-se resultados de projeto de investigação recente, incidente na necrópole oriental, que implicou escavação e o uso de técnicas de deteção não intrusivas, pondo tónica na importância da intervenção arqueológica em área e da prospeção geofísica preparatória, a par da exaustiva documentação do historial de trabalhos realizados, quando existente, demonstrando, ademais, a importância da fineza do conhecimento topográfico nas áreas sepulcrais. A escavação guiada por este planeamento terá seguramente maiores probabilidades de sucesso para o entendimento global da área cemiterial, a que se podem somar sempre excecionais ocorrências, como, neste caso concreto, demonstra uma inscrição com letras de bronze que ocupava a arquitrave da entrada de um mausoléu derrubado por terramoto.

O hibridismo da paisagem sepulcral assoma nos dados aportados pelas intervenções em Onuba (pp. 31-46), onde também aflora a questão da importância da instalação de contingentes populacionais itálicos como espoletadores de renovadas práticas cultuais e de programas arquitetónicos no âmbito funerário, manifestando-se aqui de modo especial com a concessão de estatuto colonial à cidade, evidenciando-se, uma vez mais, a estreiteza existente entre promoção urbana e monumentalização.

Este mesmo hibridismo assoma na arqueologia funerária cordovesa, que plasma a representação populacional e o seu universo espiritual e material, apesar de se apresentar neste volume centrada na questão dos rituais. Enfoca-se o recurso à cremação através de uma abordagem ao conjunto de necrópoles da Colonia Patricia (pp. 47-76), distinguindo-se as modalidades inerentes ao seu processo, busta e ustrina, e chamando-se a atenção para a importância dos estudos paleoantropológicos, designadamente atentando no posicionamento, quantidade e qualidade dos restos ósseos, no momento de as destrinçar, considerando, ainda, a dificuldade de as discernir apenas pelas estruturas negativas que as conformam no registo arqueológico, merecedoras, assim, de intervenção com recurso à microescavação. Evidentemente, esta via metodológica é essencial para a clara análise da deposição e identificação de todos os vestígios suscetíveis de recriar, de modo o mais completo possível, os atos e espólios afins, a par de um registo rigorosíssimo em termos topográficos.

A deposição de numismas nas sepulturas da cidade é igualmente abordada de forma sistemática (pp. 77-92), enquanto testemunho de um conjunto de atos solenes que envolvem a ritualidade funerária, com particular enfoque nos registos de cremação, ainda que se trate de um costume que se configura minoritário, à semelhança do que se vem percecionando à escala imperial. Ressalta, uma vez mais, a imprescindibilidade do rigor metodológico no registo das deposições numárias para que bem se apreenda o respetivo valor informativo com relação aos momentos que o seu uso comporta nas sepulturas e à sua função, seja cerimonial, de inauguração ou de clausura, objeto de acompanhamento do defunto ou outro.

Em termos rituais, os enterramentos infantis evidenciam, em geral, mostras de tratamento diferenciado e as inumações cordovesas sistematicamente analisadas (pp. 93-113) reforçam esta ideia, sendo este rito o que mais se destaca no respeitante a neonatos e crianças, maioritariamente materializado através da deposição em enchytrismos, prática com clara documentação por toda a Hispânia.

Este primeiro apartado termina com contribuições centradas na capital bética, mas orientadas para a Antiguidade Tardia, quer através da análise de enterramentos intramuros (pp. 115-128) não documentados antes dos séculos IV-V, quer do detalhar do vislumbre de elementos de cristianização ao longo destes mesmos séculos nas necrópoles da cidade (pp. 129-149), dificultado pela carência de elementos singulares indicativos quando ainda não se generalizara o padrão de enterramento ad sanctos.

O mundo funerário da Lusitânia é o mote para a segunda parte. Dois contributos visam a ritualidade e a magia em contextos funerários de Augusta Emerita, a capital provincial.

O dinamismo da arqueologia urbana é, amiúde, motor de novas descobertas arqueológicas e assim ocorre numa área de ampliação do Museu Nacional de Arte Romano com respeito a uma necrópole em funcionamento entre finais do século I a inícios do século V (pp. 153-174), que revela, sobretudo, inumações de uma franja populacional humilde ou mesmo servil, apontando às expressões rituais que lhe andam vinculadas, além de registos que denotam inserções profissionais.

Mas as mudanças no espaço urbano não são apenas marca do presente. A obsolescência de determinado espaço, mesmo no contexto funerário, pode implicar a sua remoção, requalificação ou simplesmente amortização, sendo esta passível de estar associada a atos de ritualidade, como denota a presença de restos humanos e de canídeos, estratigraficamente alternados, associados a vasos cerâmicos vinculáveis a banquetes, selados num mausoléu turriforme emeritense no final do período júlio-claudiano (pp. 175-197), a apontar para o simbolismo funerário de algumas espécies animais, como o cão, e a importância da comensalidade, mas ressaltando uma vez mais a imprescindibilidade do estudo minucioso de todas as materialidades.

Juntam-se, neste apartado, uma abordagem regional circunscrita ao Alto Alentejo (pp. 217-236) e uma outra local, porventura conectada com necrópole de uma villa romana suburbana, no território de Ossonoba, no Algarve (pp. 237-257), ambas respeitantes ao território português. O primeiro caso aponta uma mancha territorial lusitana eminentemente rural, mas de relativa proximidade à capital provincial em termos geográficos. O segundo, insere-se num contexto suburbano de uma cidade marítima, sublinhando a relevância dos dados referentes a áreas cemiteriais para a tarefa espinhosa de delimitação da cidade antiga em contextos de ocupação urbana hodierna.

Do campo da paleoantropologia, uma abordagem à cremação na província (pp. 199-216), a partir de alguns case studies, oferece visão genérica da prática deste ritual condensada por dados propriamente antropológicos. Estes, atinentes a perfis biológicos, à prática crematória e aos gestos subsequentes, agregam complexidade ao entendimento dos diferentes tipos de enterramento para lá da perceção de ser reinante a deposição secundária, embora seja evidente que renovada atenção deverá ser apontada a estas questões deposicionais, como a investigação cordovense vem detalhando e se alude neste mesmo volume.

A terceira parte versa sobre a Tarraconensis, sendo também a de maior amplitude de abordagens - inusitadamente é apenas relativamente a esta divisão provincial que se opta pela nomenclatura latina na rotulação das três primeiras partes da obra.

Em Barcino, a necrópole do mercado de Sant Antoni (pp. 261-278) revela, à semelhança do exposto para Ossonoba, a ocupação suburbana, embora aparentemente em suburbium propriamente dito, sem relação com uma villa, ladeando uma das vias da cidade e mostrando estruturas funerárias a céu aberto, aí sem outros testemunhos alto-imperiais, para além da ritualidade e usos cemiteriais, com presença vestigial de lecti funebris, apontando para representação social variada.

Também a necrópole alto-imperial de Illa Fradera, em Baetulo, igualmente apresentada (pp. 279-297), se enquadra em suburbium urbano, articulada de forma transversal com a mesma via que delineia a necrópole barcinonense, sublinhando a importância da trama viária na estruturação dos territórios e também dos processos de centuriação.

O papel do sistema viário na vertebração das áreas cemiteriais é, ainda, ressaltado neste volume com respeito a Segobriga, cidade em cujas necrópoles a cremação assoma como principal ritual, com deposição dos restos ósseos queimados em urnas, correspondentes a formas cerâmicas de uso doméstico ou a excecionais vasos de vidro, analisados na respetiva moda de utilização (pp. 299-315).

Para lá dos rituais e gestos funerários que a arqueologia permite revelar, o desenvolvimento da arquitetura funerária, sobretudo no período imperial, tornar-se-á no aspeto mais impactante da paisagem dos espaços cemiteriais, marcada por variegados monumenta sepulcrais, a que recorrentemente se associa a escrita epigráfica, ainda que esta não deixe de marcar suportes bem mais modestos que se bastam por si só para assinalação de sepulturas, comemoração e perpetuação de memória (Carroll 2006Carrol, M. (2006). Spirits of Dead: Roman Funerary Commemoration in Western Europe. Oxford: Oxford University Press.). O exemplo de Segobriga, entre outros, pode invocar-se como paradigmático desta realidade, mas em muitos lugares praticamente apenas se reconhecem as evidências epigráficas, portadoras de uma escrita exposta (Donati, 2002Donati, A. (2002). Epigrafia romana: la comunicazione nell’antichitá. Bologna: Il Mulino.) em suportes duradouros, que, pelas suas caraterísticas, se destinavam a ser meio de negociação comunitária servindo a autorrepresentação individual e familiar, se não coletiva, pois muito associada a programas de monumentalização e estruturação urbanos. Isso é particularmente notado pelo estudo das inscrições funerárias saragoçanas da comarca de Cinco Villas de Aragón (pp. 317-331), um âmbito geográfico antigo relacionado com a via que conectava as cidades de Caesar Augusta e Pompelo, ou pelo exemplo também apresentado de Legio (pp. 333-345), em que o estudo da paisagem e das práticas funerárias se ensaia através dos dados disponíveis, arqueológicos e epigráficos, ainda que com limitações decorrentes da sua quantidade e qualidade. É disto prova a descontextualização dos achados epigráficos, que, ainda assim, podem servir uma cenarização, mormente em face da sua tipologia.

A deposição funerária associada ao povoamento rural está, neste apartado, presente pelo estudo de um enterramento assinalado numa vivenda da Antiguidade Tardia, em Librilla, abrindo um leque de questões sobre o significado dos enterramentos isolados destas fases tardias (pp. 359-372).

A importância da iconografia associada aos tituli sepulchrales é igualmente enfatizada em abordagem aos monumentos das necrópoles valencianas de La Boatella e da rua San Vicente Mártir (pp. 347-358), apontando precisamente as linhas de entendimento do fenómeno funerário que abre.

A temática iconográfica é ainda objeto de reflexão a propósito da figuração de cães nas epígrafes e sua presença nos contextos e rituais do período clássico, no quarto apartado do volume. Aí se discutem as valências associadas aos canídeos (pp. 429-444) do ponto de vista ritual e espiritual, mas onde perpassa também a ambiguidade comunicacional que muitas vezes repercutem as epígrafes, nos seus textos e decorações, como expõe claramente o suporte do epitáfio de uma Helena (CIL VI 19190) - uma jovem serva ou uma cadela? - no qual se destaca uma edícula com um magnífico canídeo (Slater 2010Slater, N. (2010). “Mourning Helena: Emotion and Identification in a Roman Grave Stela (71.AA.271)”. Getty Research Journal, 2, 139-146. DOI: https://doi.org/10.1086/grj.2.23005413 ). Também a literatura retrata a faceta mitológica destes animais, claramente protagonizada por Cérbero nas profundezas do mundo ultraterreno, aspeto que se invoca a propósito das conceções escatológicas romanas na viragem da era (pp. 375-391), para cuja avaliação é imprescindível convocar os autores latinos e, evidentemente, discutirem-se os conceitos de anima/animus e a natureza dos Manes, pondo acento na conceção dual, física e metafísica, de corpo e alma, bem como na necessidade do cumprimento de um adequado tratamento do cadáver de caras ao desencerramento da alma do defunto, que permanece na lembrança dos vivos e revive pela sua memoração, mormente pelo nome gravado no sepulcro, como afinal nos demonstram os registos epigráficos. A preparação do corpo e o seguimento de preceitos rituais requeridos pelo funus e de outros que se mantêm posteriormente à monumentalização da sepultura dão conta da importância da comunidade dos mortos no contexto dos diferentes conjuntos populacionais. A sepultura era um locus sanctus que fazia passível a comunicação entre vivos e mortos, deuses do inframundo e outros entes sobrenaturais, sendo, por isso, também atrativa para atos marginais de práticas mágicas. Entre elas, a deposição de artefactos como as defixiones e as figurinhas mágicas para conseguir acesso direto aos espíritos e para transferência de características destes às vítimas a atingir, sendo o tema objeto de uma oportuna atualização exaustiva do ponto de vista da sua contextualização funerária na Hispânia (pp. 393-410), delatando uma heterogeneidade ritual que importa explorar e dar mais detida atenção em achados futuros.

Entre os defuntos que a tradição romana tinha por mais propensos à irrequietude e malignidade contam-se os inmaturi, grupo que é igualmente objeto de auscultação para o todo hispânico em situações de enterramento alheadas de áreas cemiteriais (pp. 411-427). Também aqui a nota é de heterogeneidade, pois diversos fatores são passíveis de ter influído nesses enterramentos, transcendendo a habitual pauta interpretativa da segregação ou exclusão, sendo evidente que os estudos paleoantropológicos terão uma importância decisiva na exploração deste fenómeno, não só pela questão etária, mas também com vista a chegar à determinação das causas de morte.

A paisagem funerária é o rótulo da última parte do volume, mas o singular contributo que o integra põe o acento na restituição paisagística, no coberto vegetal restituível a partir de ecofactos presentes nos contextos cemiteriais (pp. 447-459), e reforça a necessidade de incidir na interdisciplinaridade para o conhecimento integral do fenómeno da morte na antiguidade romana. Esta abordagem pelo campo disciplinar da arqueobotânica aponta, sobretudo, a relação das comunidades com o meio natural envolvente e o seu aproveitamento refletido nas práticas rituais, em que os recursos vegetais, estrategicamente selecionados, se aplicam com finalidade religiosa e de produção energética.

A monografia, cujo aparecimento se saúda pela sua novidade, encerra um conjunto de contributos diversificados, que se agrupam de modo a garantir um propósito de coerência organizativa, sempre de difícil equilíbrio tratando-se de resultados de uma reunião científica, mas que lhe garantem uma posição incontornável para os estudos sobre a morte na Hispânia, apesar de estarem ausentes resultados recentes igualmente relevantes, como, por exemplo, os associados às cidades de Bracara Augusta ou de Olisipo (v.g. Braga, 2018Braga, C. (2018). Morte, Memória e Identidade: uma análise das práticas funerárias de Bracara Augusta. Tese de doutoramento. Braga: Universidade do Minho.; Vaz et al., 2020Vaz, F., Braga, C., Tereso, J., Oliveira, C., González Carretero, L., Detry, C., Marcos, B., Fontes, L. y Martins, M. (2020). “Food for the dead, fuel for the pyre: symbolism and function of plant remains in provincial Roman cremation rituals in the necropolis of Bracara Augusta (NW Iberia)”. Quaternary International, 593-594, pp. 372-383. DOI: https://doi.org/10.1016/j.quaint.2020.08.054 ; Silva, 2021Silva, R. (Coord.) (2021). Lisboa romana. Para além desta vida: memória funerária da cidade. Lisboa: Caleidoscópio. ).

As novidades apontam à variabilidade dos espaços e estruturas funerárias, bem como dos rituais e seus gestos e atores, mas uma nota que se desprende do conjunto é a da importância das abordagens interdisciplinares que unam a arqueologia e as arqueociências, a história e a história da arte antigas, e ainda a epigrafia, de modo a abarcar este universo biológico e cultural amplo intrínseco à morte no seu sentido discursivo para as comunidades.

BIBLIOGRAFÍA

 

Braga, C. (2018). Morte, Memória e Identidade: uma análise das práticas funerárias de Bracara Augusta. Tese de doutoramento. Braga: Universidade do Minho.

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Vaquerizo, S. y Ruiz, A. (Eds.) (2020). El sepulcretum de Llanos del Pretorio (Córdoba - España). Bari: Edipuglia.

Vaz, F., Braga, C., Tereso, J., Oliveira, C., González Carretero, L., Detry, C., Marcos, B., Fontes, L. y Martins, M. (2020). “Food for the dead, fuel for the pyre: symbolism and function of plant remains in provincial Roman cremation rituals in the necropolis of Bracara Augusta (NW Iberia)”. Quaternary International, 593-594, pp. 372-383. DOI: https://doi.org/10.1016/j.quaint.2020.08.054