Archivo Español de Arqueología 95
enero-diciembre 2022, e08
ISSN: 0066-6742, eISSN: 1988-3110, ISSN-L: 0066-6742
https://doi.org/10.3989/aespa.095.022.08

Importações orientais de época romana-republicana em Monte Molião (Lagos, Portugal)

Roman Republican Oriental imports in Monte Molião (Lagos, Portugal)

Elisa de Sousa

Universidade de Lisboa, Uniarq - Centro de Arqueologia

https://orcid.org/0000-0003-3160-108X

Francisco B. Gomes

Universidade de Lisboa, Uniarq - Centro de Arqueologia / Fundação para a Ciência e a Tecnologia

https://orcid.org/0000-0003-0664-6374

Ana Margarida Arruda

Universidade de Lisboa, Uniarq - Centro de Arqueologia

https://orcid.org/0000-0002-7446-1104

Carlos Pereira

Universidade de Lisboa, Uniarq - Centro de Arqueologia / Fundação para a Ciência e a Tecnologia

https://orcid.org/0000-0002-4116-3602

RESUMO

As intervenções arqueológicas realizadas no Monte Molião (Lagos, Portugal) proporcionaram um pequeno conjunto de materiais importados do Mediterrâneo Oriental. Trata-se, concretamente, de taças helenísticas com decoração a molde e de terra sigillata oriental A, que totalizam 18 fragmentos. Na maioria dos casos, estes exemplares surgem em contextos conservados de cronologia romano-republicana, especificamente entre 125 e 50/25 a. C., revelando a adopção de tradições helenísticas relacionadas com o consumo de líquidos e talvez até a existência de uma particular procura de vasos esteticamente mais apelativos. Apesar de ser um conjunto quantitativamente diminuto, assume uma particular relevância para o alargamento e compreensão da escala de distribuição destes produtos no litoral atlântico.

Palavras-chave: 
Ocidente Atlântico; taças helenísticas com decoração a molde; terra sigillata oriental A; século II e I a. C.; distribuição.
ABSTRACT

Archaeological interventions carried out in Monte Molião (Lagos, Portugal) provided a small set of materials imported from the Eastern Mediterranean, specifically Hellenistic mouldmade bowls and eastern sigillata A, totaling 18 fragments. In the vast majority of cases, these specimens appear in conserved layers of Roman-Republican chronology, more specifically between 125 and 50/25 BC, revealing the adoption, during this period, of certain Hellenistic traditions related to the consumption of liquids and perhaps even the existence of a particular demand for more aesthetically appealing vases. Despite being a quantitatively scarce assemblage, it assumes a particular relevance for the widening and understanding of the scale of distribution of these oriental products on the Atlantic coast.

Keywords: 
Western Atlantic; Hellenistic Mouldmade bowls; eastern sigillata A; 2nd and 1st century BC; distribution.

Enviado: 06-11-2021. Aceptado: 04-03-2022. Publicado online: 12-07-2022

Cómo citar este artículo/Citation:  Sousa, E. de, Gomes, F. B., Arruda, A. M. y Pereira, C. (2022). “Importações orientais de época romana-republicana em Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Archivo Español de Arqueología, 95, e08. https://doi.org/10.3989/aespa.095.022.08

CONTENIDO

1. INTRODUÇÃO

 

A presença de cerâmicas finas fabricadas no Mediterrâneo Oriental durante o período Romano-republicano é, até ao momento, exígua no Ocidente Peninsular e, de forma mais particular, no território português. Ainda que estas ausências se possam justificar, em parte, pela sua localização periférica face aos circuitos comerciais mediterrâneos, é possível que se deva também a certas dificuldades em identificar correctamente estes materiais.

Neste sentido, justifica-se a pertinência do presente trabalho, que divulga um pequeno, mas significativo, conjunto de importações orientais recuperadas durante as escavações arqueológicas realizadas no Monte Molião (Lagos, Portugal), concretamente na área do povoado e na zona envolvente.

Dispensamos introduções mais detalhadas sobre esta estação arqueológica, que se encontram, aliás, publicadas em vários artigos e idiomas (ver, entre outros, Arruda et al., 2008Arruda, A., Sousa, E., Bargão, P. e Lourenço, P. (2008). “Monte Molião (Lagos): Resultados de um projecto em curso”. Xelb, 8, pp. 161-192.; Arruda, Pereira e Sousa, 2020Arruda, A. M., Pereira, C. e Sousa, E. (2020). “Laccobriga: estruturas romanas de Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Em: Pizzo, A. (Ed.), La arquitectura doméstica urbana de la Lusitania romana. Mérida: IAM, pp. 183-194.; Pereira e Arruda, 2016Pereira, C. e Arruda, A. M. (2016). “As lucernas romanas do Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Spal, 25, pp. 149-181. DOI: https://doi.org/10.12795/spal.2016i25.06 ; Sousa e Arruda, 2014aSousa, E. e Arruda, A. M. (2014a). “Italics and Hispanics in Southwest Iberia in the Dawn of the Roman-Republican period: the common ware of Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Em: Rei Cretariae Romanae Fautorum Acta 43. Bonn: Rei Cretariae Romanae Fautores, pp. 663-670. ), sendo apenas pertinente recordar que o local se localiza na costa ocidental do Algarve e que forneceu evidências de uma intensa ocupação humana que se iniciou durante a segunda metade do século IV a. C. e se prolongou até ao final do século II d. C.

Nesta longa diacronia, o momento de ocupação que interessa sublinhar é a fase romano-republicana (séculos II e I a. C.), que se encontra particularmente bem conservada, quer a nível arquitectónico (Arruda, Pereira e Sousa, 2020Arruda, A. M., Pereira, C. e Sousa, E. (2020). “Laccobriga: estruturas romanas de Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Em: Pizzo, A. (Ed.), La arquitectura doméstica urbana de la Lusitania romana. Mérida: IAM, pp. 183-194.), quer no que diz respeito à cultura material (Arruda e Sousa, 2013Arruda, A. M. e Sousa, E. (2013). “Ânforas Republicanas de Monte Molião (Lagos, Algarve, Portugal)”. Spal, 22, pp. 101-141. DOI: https://doi.org/10.12795/spal.2013.i22.05 ; Arruda et al., 2020Arruda, A. M., Pereira, C., Sousa, E. e Varandas, D. (2020). “Artefactos metálicos do Monte Molião (Lagos, Portugal): os elementos de indumentária de época romana”. Saguntum, 52, pp. 117-133. ; Pereira e Arruda, 2016Pereira, C. e Arruda, A. M. (2016). “As lucernas romanas do Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Spal, 25, pp. 149-181. DOI: https://doi.org/10.12795/spal.2016i25.06 ; Pereira, Alves e Sousa, 2015Pereira, T., Alves, C. e Sousa, E. (2015). “Metallic artifacts from the outside area of Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Em: Álvarez, J. M., Nogales, T. e Rodà, I. (Eds.). Actas del XVIII Congreso Internacional de Arqueología Clásica, vol. 2. Mérida: Museo Nacional de Arte Romano, pp. 1751-1755. ; Sousa e Arruda, 2013Sousa, E. e Arruda, A. M. (2013). “A cerâmica de tipo Kuass de Monte Molião (Lagos)”. Em: Arqueologia em Portugal. 150 anos. Actas do I Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, pp. 651-659. , 2014bSousa, E. e Arruda, A. M. (2014b). “A cerâmica comum romano-republicana de Monte Molião (Lagos)”. Onuba. 2, pp. 55-90. , 2018Sousa, E. e Arruda, A. M. (2018). “A cerâmica de paredes finas de Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Cuadernos de Prehistoria y Arqueología, 44, pp. 201-226. DOI: https://doi.org/10.15366/cupauam2018.44.011 ; Sousa e Serra, 2006Sousa, E. e Serra, M. (2006). “Resultados das intervenções arqueológicas realizadas na zona de protecção do Monte Molião (Lagos)”. Xelb, 6-1, pp. 5-20.; Sousa, Pereira e Alves, 2015Sousa, E., Pereira, T. e Alves, C. (2015). “Novos dados sobre a ocupação romano-republicana do Algarve Ocidental: cerâmica comum e outros objectos da Urbanização do Moleão (Lagos, Portugal)”. Conimbriga, 54, pp. 81-132. DOI: https://doi.org/10.14195/1647-8657_54_4 ; Sousa, Alves e Pereira 2016Sousa, E., Alves, C. e Pereira, T. (2016). “O conjunto anfórico da urbanização do Moleão, Lagos (Portugal)”. Em: Járrega, R. e Berni, P. (Eds.). Amphorae ex Hispania: paisajes de producción y consumo. Tarragona: ICAC, pp. 464-478. ; Sousa, Pereira e Arruda, 2019Sousa, E., Pereira, C. e Arruda, A. M. (2019). “O serviço de mesa de época romana republicana de Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Em: Coll Conesa, J. (Coord.). OPERA FICTILES Estudios transversales sobre cerámicas antiguas de la Península Ibérica. Madrid: Ediciones de la Ergástula, vol. 2, pp. 357-368.).

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Figura 1.  Localização de Monte Molião no território português (elaboração própria).

Ainda que os primeiros indícios de contactos, directos ou indirectos, com a esfera romana se possam datar da primeira metade do século II a. C. (Sousa et al., no preloSousa, E., Silva, I., Pereira, C. e Arruda, A. M. (no prelo). “Evidências dos primeiros contactos com o mundo romano em Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Actas del V Congreso Internacional SECAH.), a esmagadora maioria dos contextos conservados de Monte Molião são enquadráveis entre o último quartel do século II e o primeiro terço do século I a. C. Foi durante este período que o sítio recebeu produtos fabricados no Mediterrâneo Oriental, que muito provavelmente foram comercializados no âmbito dos circuitos comerciais romanos, que reconectaram os vértices do mare nostrum.

Até ao momento, as escavações realizadas no Monte Molião permitiram reconhecer unicamente produtos orientais vinculados ao serviço de mesa, concretamente taças helenísticas com decoração a molde e vasos de terra sigillata oriental A. Encontram-se contextualmente associados a outras importações mediterrâneas, concretamente ânforas itálicas e norte africanas e vasos de verniz negro e paredes finas, sendo, ainda assim, os produtos de origem andaluza predominantes no repertório artefactual (Arruda e Sousa, 2013Sousa, E. e Arruda, A. M. (2013). “A cerâmica de tipo Kuass de Monte Molião (Lagos)”. Em: Arqueologia em Portugal. 150 anos. Actas do I Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, pp. 651-659. ; Dias, 2010Dias, V. (2010). A cerâmica campaniense de Monte Molião. Tese de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.; Sousa e Arruda, 2018Sousa, E. e Arruda, A. M. (2018). “A cerâmica de paredes finas de Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Cuadernos de Prehistoria y Arqueología, 44, pp. 201-226. DOI: https://doi.org/10.15366/cupauam2018.44.011 ; Sousa, Pereira e Alves, 2015Sousa, E., Pereira, T. e Alves, C. (2015). “Novos dados sobre a ocupação romano-republicana do Algarve Ocidental: cerâmica comum e outros objectos da Urbanização do Moleão (Lagos, Portugal)”. Conimbriga, 54, pp. 81-132. DOI: https://doi.org/10.14195/1647-8657_54_4 ; Sousa, Alves e Pereira 2016Sousa, E., Alves, C. e Pereira, T. (2016). “O conjunto anfórico da urbanização do Moleão, Lagos (Portugal)”. Em: Járrega, R. e Berni, P. (Eds.). Amphorae ex Hispania: paisajes de producción y consumo. Tarragona: ICAC, pp. 464-478. ; Sousa, Pereira e Arruda, 2019Sousa, E., Pereira, C. e Arruda, A. M. (2019). “O serviço de mesa de época romana republicana de Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Em: Coll Conesa, J. (Coord.). OPERA FICTILES Estudios transversales sobre cerámicas antiguas de la Península Ibérica. Madrid: Ediciones de la Ergástula, vol. 2, pp. 357-368.).

2. TAÇAS HELENÍSTICAS COM DECORAÇÃO A MOLDE

 

As taças helenísticas com decoração a molde, mais comummente conhecidas como taças megáricas, correspondem a uma produção tipicamente oriental, concretamente da Península Balcânica e Ásia Menor, inspirada em protótipos metálicos. O seu fabrico iniciou-se durante o último quartel do século III, prolongando-se até aos inícios/meados do século I a. C. (Rotroff, 2006Rotroff, S. (2006). “The introduction of the Moldmade bowl revisited”. Hesperia, 75, pp. 357-378.; Rogl, 2014Rogl, C. (2014). “Mouldmade Relief Bowls from Ephesos - The Current State of Research”. Em: Guldage Bilder, P. e Lawall, M. L. (Eds.). Pottery, peoples and places. Study and interpretation of Late Hellenistic Pottery. Aarhus: Aarhus University Press, pp. 113-139.).

A sua reprodução em áreas mais ocidentais, entre as quais se destacam as da Península Itálica (produções italo-megáricas), parece ter ocorrido quase simultaneamente, ainda que tenha atingido maior expressão entre o século II e I a. C. Contudo, estas “imitações” parecem ter tido uma distribuição mais limitada (Schmid, 2014Schmid, S. G. (2014). “Imported Mould Made Bowls from Ensérune (France) and the Long Distance Trade in the Hellenistic Mediterranean”. Em: Η ́ Επιστημονικη Συναντηση για την Ελληνιστικη Κεραμικη. Atenas: Ταμειο Αρχαιολογικων Πορων και Απαλλοτριωσεων Διευθυνση Δημοσιευματων, pp. 181-192.), mesmo no âmbito da própria Península Itálica, estando particularmente concentradas em certas áreas do Lácio e da Etrúria (Puppo, 1995Puppo, G. (1995). Le coppe megaresi in Italia. Roma: L’Érma di Bretschneider.; Malfitana, 2011Malfitana, D. (2011). “The view from the material culture assemblage of Late Republican Sicily”. Journal of Roman Archaeology, Supplementary Series, 83, pp. 185-201.; Leotta, 2017, p. 75Leotta, M. C. (2017). La ceramica ellenistica a rilievo dell’Italia centrale. Produzione e diffusione. Roma: Scienze e Lettere. ).

A característica mais individualizante destes produtos é a sua decoração em relevo, obtida pela utilização de moldes previamente decorados com punções. Estes motivos são, por norma, geométricos ou florais/vegetais, podendo, em certas ocasiões, ser também figurativos (Laumonier, 1977Laumonier, A. (1977). La céramique hellénistique à reliefs. I Les ateliers “ioniens”. París: École Francaise d’Athenes et Rome.). São, fundamentalmente, recipientes utilizados para o consumo de líquidos, muito provavelmente de vinho.

O seu fabrico ocorreu contemporaneamente em múltiplos centros oleiros, disseminados pelas costas do Mediterrâneo Oriental, e que não se encontram ainda totalmente identificados e caracterizados (Rogl, 2014Rogl, C. (2014). “Mouldmade Relief Bowls from Ephesos - The Current State of Research”. Em: Guldage Bilder, P. e Lawall, M. L. (Eds.). Pottery, peoples and places. Study and interpretation of Late Hellenistic Pottery. Aarhus: Aarhus University Press, pp. 113-139.). Contudo, partilham entre si as morfologias e decorações utilizadas, suspeitando-se, inclusivamente, da existência de jogos de punções que circulavam entre as diferentes oficinas (Cabrera, 1978-1979Cabrera, P. (1978-1979). “La cerámica helenística de relieves de Cartagena”. Cuadernos de Prehistoria y Arqueología, 5-6, pp. 81-104. DOI: https://doi.org/10.15366/cupauam1979.6.006 , 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.), situação que dificulta a atribuição de determinadas tendências estilísticas a centros específicos.

Apesar destas limitações, a esmagadora maioria das taças helenísticas com decoração a molde identificadas na Península Ibérica parecem ter tido origem em oficinas da costa da Jónia (Laumonier, 1962Laumonier, A. (1962). “Bols hellénistiques à reliefs en Espagne”. Revue des Études Anciennes, 64 1-2, pp. 43-47. ; Cabrera, 1978-1979Cabrera, P. (1978-1979). “La cerámica helenística de relieves de Cartagena”. Cuadernos de Prehistoria y Arqueología, 5-6, pp. 81-104. DOI: https://doi.org/10.15366/cupauam1979.6.006 , 2004bCabrera, P. (2004b). “La cerámica helenística de relieves de La Alcudia (Elche)”. Em: Tortosa Rocamora, T. (Ed.). El yacimiento de La Alcudia (Elche, Alicante): pasado y presente de un enclave ibérico. Madrid: CSIC, pp. 55-70.; Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004 ), e talvez especificamente efésias (Rogl, 2014Rogl, C. (2014). “Mouldmade Relief Bowls from Ephesos - The Current State of Research”. Em: Guldage Bilder, P. e Lawall, M. L. (Eds.). Pottery, peoples and places. Study and interpretation of Late Hellenistic Pottery. Aarhus: Aarhus University Press, pp. 113-139.), considerando os estilos reconhecidos. Apenas em raros casos se identificaram produções atribuídas a oficinas itálicas (Vegas, 1953-1954Vegas, M. (1953-1954). “Dos vasos megáricos de Ampurias”. Ampurias, 15, pp. 352-355., 1955-1956Vegas, M. (1955-1956). “Fragmento de molde megárico de Ampurias”. Ampurias, 17, pp. 252-253.; García Vargas e García Fernández 2009: 144García Vargas, E. A. e García Fernández, F. J. (2009). “Romanización y consumo: cambios y continuidades en los contextos cerámicos de Hispalis en épocas turdetana y romano-republicana”. Spal, 18, pp. 131-165. DOI: https://doi.org/10.12795/spal.2009.i18.08 ; Leotta, 2017, p. 76Leotta, M. C. (2017). La ceramica ellenistica a rilievo dell’Italia centrale. Produzione e diffusione. Roma: Scienze e Lettere. ), e as únicas evidências de reproduções hispânicas limitam-se a alguns achados de Ampúrias (Vegas, 1953-1954Vegas, M. (1953-1954). “Dos vasos megáricos de Ampurias”. Ampurias, 15, pp. 352-355.) e, eventualmente, a dois punções recolhidos em La Alcudia (Elche), ainda que a associação destes ao fabrico de vasos deste tipo não seja segura (Lara Vives, 2004-2005, pp. 120-121Lara Vives, G. (2004-2005). “Cerámicas helenísticas de relieves en La Alcudia (Elche, Alicante)”. Lucentum, XXIII-XXIV, pp. 105-126. DOI: https://doi.org/10.14198/LVCENTVM2004-2005.23-24.06 ).

De qualquer forma, a importação dos produtos orientais ocorreu, sobretudo, entre a segunda metade do século II a. C. e os meados do século I a. C. (ver, entre outros, Cabrera, 1978-1979Cabrera, P. (1978-1979). “La cerámica helenística de relieves de Cartagena”. Cuadernos de Prehistoria y Arqueología, 5-6, pp. 81-104. DOI: https://doi.org/10.15366/cupauam1979.6.006 , 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17., 2004bCabrera, P. (2004b). “La cerámica helenística de relieves de La Alcudia (Elche)”. Em: Tortosa Rocamora, T. (Ed.). El yacimiento de La Alcudia (Elche, Alicante): pasado y presente de un enclave ibérico. Madrid: CSIC, pp. 55-70.; Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004 ), período em que se enquadram também as evidências aqui apresentadas.

As escavações no Monte Molião proporcionaram, até à data, um total de 15 fragmentos (14 NMI) de taças helenísticas com decoração a molde. Felizmente, 12 foram recuperados em contextos conservados do período Romano-republicano e apenas três em níveis secundários, formados em época posterior.

As características das pastas são homogéneas, sendo compactas e bem depuradas, sendo difícil identificar elementos não plásticos, com a excepção de algumas micas. Apresentam geralmente uma tonalidade bege ou alaranjada, sendo, num único caso, acinzentada. A qualidade dos revestimentos é, contudo, variável. Nota-se uma predominância de engobes de tonalidade avermelhada, e, por vezes, negra, podendo esta variação ocorrer, inclusivamente, na mesma peça, situação que se relaciona com os ambientes de cozedura (Cabrera, 1978-1979Cabrera, P. (1978-1979). “La cerámica helenística de relieves de Cartagena”. Cuadernos de Prehistoria y Arqueología, 5-6, pp. 81-104. DOI: https://doi.org/10.15366/cupauam1979.6.006 ; Rogl, 2014Rogl, C. (2014). “Mouldmade Relief Bowls from Ephesos - The Current State of Research”. Em: Guldage Bilder, P. e Lawall, M. L. (Eds.). Pottery, peoples and places. Study and interpretation of Late Hellenistic Pottery. Aarhus: Aarhus University Press, pp. 113-139.).

Todas as peças correspondem a taças de perfil semi-hemisférico. O bordo, quando está conservado, é vertical ou ligeiramente reentrante (tipos 2 e 3 de Rogl, 2014Rogl, C. (2014). “Mouldmade Relief Bowls from Ephesos - The Current State of Research”. Em: Guldage Bilder, P. e Lawall, M. L. (Eds.). Pottery, peoples and places. Study and interpretation of Late Hellenistic Pottery. Aarhus: Aarhus University Press, pp. 113-139.). Apenas em um dos fragmentos não foi possível identificar adequadamente os motivos decorativos, por a superfície se encontrar muito desgastada.

  • N.º 1 - Bordo de tendência vertical, separado da parede por uma canelura, que marca o início da zona decorada. A linha superior é constituída por uma fila de pérolas (perlstabe) que se encontram separadas por dois traços, encontrando paralelos exactos em Éfeso (Rogl, 2014, fig. 13, n.º 11Rogl, C. (2014). “Mouldmade Relief Bowls from Ephesos - The Current State of Research”. Em: Guldage Bilder, P. e Lawall, M. L. (Eds.). Pottery, peoples and places. Study and interpretation of Late Hellenistic Pottery. Aarhus: Aarhus University Press, pp. 113-139.), sendo associadas sobretudo às produções da oficina do Monograma PAR e de Menemakhos. Uma segunda canelura delimita uma sequência de godrones (pétalas alongadas), com moldura exterior e arredondadas na sua extremidade, sendo este também um motivo típico das oficinas jónias. Pasta alaranjada, muito compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, oscilando entre tons negros e avermelhados.

  • Contexto arqueológico: MOLA [425] - nível conservado do período Romano-republicano (125-75 a. C.), estando associado um outro exemplar de taça helenística com decoração a molde (n.º 4).

  • N.º 2 - Bordo de tendência vertical, separado da parede por uma canelura, que marca o início da zona decorada. A linha superior é constituída por uma fila estreita de pérolas, seguindo-se uma segunda canelura que delimita uma sequência de estrelas de oito pontas com botão central. Pasta alaranjada, muito compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, de tonalidade avermelhada.

  • Contexto arqueológico: MOLA Sector C [1332] - nível conservado do período Romano-republicano (125-75 a. C.).

  • N.º 3 - Bordo de tendência reentrante, estando separado da parede por uma canelura, que marca o início da zona decorada. A linha superior é constituída pelo kymation jónio (linha de dardos e ovas), sendo as extremidades arredondadas, encontrando paralelos próximos nas produções da oficina do Monograma PAR (Laumonier, 1977Laumonier, A. (1977). La céramique hellénistique à reliefs. I Les ateliers “ioniens”. París: École Francaise d’Athenes et Rome.; Rogl, 2014Rogl, C. (2014). “Mouldmade Relief Bowls from Ephesos - The Current State of Research”. Em: Guldage Bilder, P. e Lawall, M. L. (Eds.). Pottery, peoples and places. Study and interpretation of Late Hellenistic Pottery. Aarhus: Aarhus University Press, pp. 113-139.). Segue-se uma segunda canelura que delimita uma segunda faixa decorada, possivelmente com uma sequência de estrelas ou rosetas. Pasta bege, muito compacta e depurada, observando-se a presença de micas. O verniz é fino e aderente, oscilando entre tons negros e avermelhados.

  • Contexto arqueológico: MOLA [313] - nível conservado do período Romano-republicano (provavelmente entre 75-50 a. C.), estando associado a fragmentos de terra sigillata oriental (n.º 15 e 16).

  • N.º 4 - Bordo de tendência vertical, separado da parede por duas caneluras, que marcam o início da zona decorada. A linha superior é constituída, uma vez mais, pelo kymation jónio. Pasta bege, muito compacta e depurada, observando-se a presença de micas. O verniz é fino e aderente, de tonalidade negra.

  • Contexto arqueológico: MOLA [425] - nível conservado do período Romano-republicano (125-75 a. C.), estando associado um outro exemplar de taça helenística com decoração a molde (n.º 1).

  • N.º 5 - Bordo de tendência vertical, separado da parede por uma canelura, que marca o início da zona decorada. Infelizmente, a superfície deste exemplar encontra-se muito desgastada, parecendo, ainda assim, exibir uma sequência de bastões encurvados (flechtbänder - Rogl, 2014Rogl, C. (2014). “Mouldmade Relief Bowls from Ephesos - The Current State of Research”. Em: Guldage Bilder, P. e Lawall, M. L. (Eds.). Pottery, peoples and places. Study and interpretation of Late Hellenistic Pottery. Aarhus: Aarhus University Press, pp. 113-139.). O fundo é aplanado, tendo o pé ligeiramente destacado. O seu desgaste não permite identificar decoração ou qualquer tipo de marca. Pasta cinzenta clara, compacta e depurada, observando-se a presença de micas. O verniz também está muito mal preservado, mas seria de tonalidade negra.

  • Contexto arqueológico: U.M. S1 [14] - nível conservado do período Romano-republicano (125-75 a. C.), estando associado um outro exemplar de taça helenística com decoração a molde (n.º 10).

  • N.º 6 - Bordo de tendência vertical, separado da parede por duas caneluras, que marcam o início da zona decorada. A linha superior parece ser constituída por uma sequência de rosetas, ainda que o estado de fragmentação não permita assegurar esta identificação. Pasta alaranjada, muito compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, de tonalidade negra.

  • Contexto arqueológico: MOLA [150] - nível conservado do período Romano-republicano (segundo / terceiro quartel do século I a. C.).

  • N.º 7 - Fundo aplanado, tendo o pé ligeiramente destacado. Na superfície externa, conserva parte da decoração, talvez constituída por folhas de louro. Pasta alaranjada, muito compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, de tonalidade avermelhada.

  • Contexto arqueológico: MOLA [184] - nível conservado do período Romano-republicano (125-75 a. C.), estando associado um outro exemplar de taça helenística com decoração a molde (n.º 8).

  • N.º 8 - Parede que conserva, na superfície externa, parte de uma folha de acanto, com o nervo central bem marcado, contorno bem delimitado e a extremidade inclinada para a direita. Este motivo é similar a um outro identificado em Cartagena, atribuído às produções da oficina do Monograma PAR (Cabrera, 1978-1979, p. 99Cabrera, P. (1978-1979). “La cerámica helenística de relieves de Cartagena”. Cuadernos de Prehistoria y Arqueología, 5-6, pp. 81-104. DOI: https://doi.org/10.15366/cupauam1979.6.006 ). Pasta bege, muito compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, de tonalidade acastanhada.

  • Contexto arqueológico: MOLA [184] - nível conservado do período Romano-republicano (125-75 a. C.), estando associado um outro exemplar de taça helenística com decoração a molde (n.º 7).

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Figura 2.  Taças helenísticas com decoração a molde de Monte Molião (elaboração própria).
  • N.º 9 - Parede que conserva, na superfície externa, motivos vegetais, possivelmente folhas de louro. Pasta bege, muito compacta e bem depurada. O verniz encontra-se mal conservado, mas seria de tonalidade avermelhada.

  • Contexto arqueológico: U.M. S1 [7] - nível de cronologia Romano-Imperial (século I-II d. C.).

  • N.º 10 - Parede que conserva, na superfície externa, uma faixa decorada pelo kymation jónio, delimitado na área superior por uma linha de motivos em S. Pasta bege-rosada, muito compacta e depurada, observando-se a presença de micas. O verniz é de tonalidade negra.

  • Contexto arqueológico: U.M. S1 [14] - nível conservado do período Romano-republicano (125-75 a. C.), estando associado um outro exemplar de taça helenística com decoração a molde (n.º 5).

  • N.º 11 - Parede que conserva, na superfície externa, uma estrela de oito pontas com botão central, delimitada na área superior por uma canelura. Pasta alaranjada, muito compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, de tonalidade vermelha-escura.

  • Contexto arqueológico: MOLA [1112] - nível conservado do período Romano-republicano (125-75 a. C.).

  • N.º 12 - Parede que conserva, na superfície externa, parte de um motivo, talvez figurativo, mas de difícil leitura. Pasta alaranjada, muito compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, de tonalidade avermelhada.

  • Contexto arqueológico: MOLA [1107] - nível muito revolvido, provavelmente de cronologia Romana-Imperial (século I-II d. C.).

  • N.º 13 - Parede que conserva, na superfície externa, uma faixa de pérolas, delimitada na parte superior por uma canelura. Pasta alaranjada, muito compacta e bem depurada. O verniz, mal conservado, é de tonalidade negra.

  • Contexto arqueológico: MOLA [1337] - nível conservado do período Romano-republicano (125-75 a. C.).

  • N.º 14 - Bordo de tendência reentrante, separado da parede por uma canelura, que marca o início da zona decorada. Os motivos são, infelizmente, ilegíveis. Pasta alaranjada, muito compacta e bem depurada. O verniz, mal conservado, é de tonalidade avermelhada.

  • Contexto arqueológico: U.M. S1 [7] - nível de cronologia romano-imperial (século I-II d. C.).

  • Infelizmente, as peças encontram-se muito fragmentadas, conservando apenas pequenas áreas decoradas, não permitindo a sua atribuição a oficinas específicas. Contudo, os poucos paralelos que conseguimos estabelecer indicam a sua provável proveniência da costa jónia, tal como a maioria dos exemplares encontrados na Península Ibérica, como já se referiu anteriormente. Cabe, ainda assim, destacar alguma recorrência de motivos na zona superior como o kymation jónio, as estrelas de oito pontas, e ainda a fila de pérolas intercaladas por dois traços, que podem permitir, nestes casos, uma associação mais clara à oficina efésia do Monograma PAR (Rogl, 2014, p. 127Rogl, C. (2014). “Mouldmade Relief Bowls from Ephesos - The Current State of Research”. Em: Guldage Bilder, P. e Lawall, M. L. (Eds.). Pottery, peoples and places. Study and interpretation of Late Hellenistic Pottery. Aarhus: Aarhus University Press, pp. 113-139.).

3. TERRA SIGILLATA ORIENTAL

 

A terra sigillata oriental A (Eastern sigillata A) corresponde a uma produção oriental, provavelmente com origem em múltiplos centros produtores localizados entre a costa Sudeste da Turquia e a área sírio-palestiniana (Hayes, 2001, pp. 146-147Hayes, J.W. (2001). “Les sigillées orientales”. Em: Lévêque, P. e Morel, J. P. (Eds.). Céramiques hellénistiques et romaines III. Paris: Diffusion Belles Lettres, pp. 145-160.). O seu fabrico terá tido início nos meados do século II a. C., prolongando-se durante cerca de quatro centúrias (Hayes, 1985, pp. 12-13Hayes, J.W. (1985). “Sigillate orientali”. Em: Atlante delle Forme Ceramiche II. Roma: Istituto della Enciclopedia Italiana, pp. 1-96.). Trata-se de uma produção de boa qualidade, apresentando pastas compactas e muito bem depuradas, sendo o verniz de coloração variável, mas sempre dentro de uma gama de vermelhos (Hayes, 1985, p. 9Hayes, J.W. (1985). “Sigillate orientali”. Em: Atlante delle Forme Ceramiche II. Roma: Istituto della Enciclopedia Italiana, pp. 1-96.).

A sua comercialização no Mediterrâneo Central e Ocidental terá sido mais limitada quando comparada com a de outros produtos, como é o caso das taças helenísticas com decoração a molde, ainda que o número de exemplares atribuíveis a terra sigillata oriental A tenham, efectivamente, aumentado durante as últimas décadas (ver, entre outros, Malfitana, Poblome, e Lund, 2005Malfitana, D., Poblome, J. e Lund, J. (2005). “Eastern Sigillata A in Italy. A socio-economic evaluation”. BABESCH, 80, pp. 199-212. DOI: https://doi.org/10.2143/BAB.80.0.630025 ).

Os fragmentos de terra sigillata oriental A recolhidos no Monte Molião são escassos, contando com apenas dois bordos e um fundo, podendo, eventualmente, dois corresponderem a uma mesma peça. As suas características morfológicas permitem uma aproximação às formas 19 e 22A da tipologia proposta por Hayes (1985)Hayes, J.W. (1985). “Sigillate orientali”. Em: Atlante delle Forme Ceramiche II. Roma: Istituto della Enciclopedia Italiana, pp. 1-96.. Todos foram recolhidos em contextos conservados do período Romano-republicano.

  • N.º 15 - Bordo de tendência exvertida, com secção subtriangular, podendo ser integrado na forma Hayes 22, provavelmente na variante A (Hayes, 1985Hayes, J.W. (1985). “Sigillate orientali”. Em: Atlante delle Forme Ceramiche II. Roma: Istituto della Enciclopedia Italiana, pp. 1-96.), cronologicamente integrável entre o final do século II e o século I a. C. Pasta bege-alaranjada, compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, de tonalidade avermelhada.

  • Contexto arqueológico: MOLA [313] - nível conservado do período Romano-republicano (provavelmente entre 75-50 a. C.), estando associado a um fragmento de taça helenística com decoração a molde (n.º 3).

  • N.º 16 - Fundo de base anelar, sendo o topo interior aplanado. A presença, neste mesmo contexto, de outros fragmentos de terra sigillata oriental A (n.º 15) poderia permitir associar este fragmento também à forma Hayes 22. Ainda assim, os fundos desta forma são, por norma, mais moldurados, situação que não permite assegurar esta correspondência. Pasta bege alaranjada, compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, de tonalidade avermelhada.

  • Contexto arqueológico: MOLA [313] - nível conservado do período Romano-republicano (provavelmente entre 75-50 a. C.), estando associado também a um fragmento de taça helenística com decoração a molde (n.º 3).

  • N.º 17 - Bordo de tendência vertical, com secção simples e arredondada. Na zona externa identificam-se duas caneluras pouco acentuadas. Estas características permitem uma aproximação à forma 19 de Hayes, datada da primeira metade do século I a. C. (Hayes, 1985, p. 22Hayes, J.W. (1985). “Sigillate orientali”. Em: Atlante delle Forme Ceramiche II. Roma: Istituto della Enciclopedia Italiana, pp. 1-96.). Pasta bege alaranjada, compacta e bem depurada. O verniz é fino e aderente, de tonalidade avermelhada.

  • Contexto arqueológico: MOLA [338] - nível conservado do período Romano-republicano (segundo / terceiro quartel do século I a. C.).

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Figura 3.  Terra sigillata oriental A de Monte Molião (elaboração própria).
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Figura 4.  Terra sigillata oriental A de Monte Molião (elaboração própria).

4. DISCUSSÃO

 

O conjunto de importações orientais romano-republicanas do Monte Molião, apesar de quantitativamente reduzido, adquire um valor singular se considerarmos a escassez de dados disponíveis para a caracterização destes materiais no Extremo Ocidente e, sobretudo, no território português.

O seu peso percentual no conjunto dos serviços de mesa utilizados pelas comunidades do Monte Molião durante o período Romano-republicano é, naturalmente, muito limitado. Com efeito, este é formado sobretudo por vasos de verniz negro itálico (predominantemente produções napolitanas e calenas) e de paredes finas, que foram utilizados conjuntamente com alguns produtos ocidentais (cerâmica de tipo Kuass). Os vasos orientais correspondem apenas a cerca de 2% dos serviços de mesa (Sousa, Pereira e Arruda, 2019Sousa, E., Pereira, C. e Arruda, A. M. (2019). “O serviço de mesa de época romana republicana de Monte Molião (Lagos, Portugal)”. Em: Coll Conesa, J. (Coord.). OPERA FICTILES Estudios transversales sobre cerámicas antiguas de la Península Ibérica. Madrid: Ediciones de la Ergástula, vol. 2, pp. 357-368.).

Ainda assim, a sua presença pode ser significativa se interpretada como reflexo da adopção de padrões de consumo de tradição oriental, talvez directamente relacionados com a ingestão de vinho (Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004 ). Estas tradições helenísticas, que podem ter as suas raízes ainda nos momentos finais da Idade do Ferro, teriam sido reforçadas ou renascido no âmbito da expansão geográfica das redes comerciais que ocorreu nas últimas duas centúrias do 1º milénio a. C., e que reconectaram a bacia do Mediterrâneo Oriental com a costa atlântica. Por outro lado, a própria decoração ostentada pelas taças helenísticas a molde, mais representativas no conjunto das importações orientais, poderá ter justificado a procura destes produtos mais “exóticos”, pela sua estética excepcional, sobretudo se tivermos em consideração as características dos serviços mais vulgarmente utilizados.

Sobre a raridade das taças helenísticas com decoração a molde no Extremo Ocidente, é provável que esta se relacione, pelo menos em parte, com o carácter mais periférico desta região, sobretudo quando se estabelece uma comparação com o Sudeste da Península Ibérica. Ainda assim, pensamos que esta escassez se poderá justificar por dificuldades inerentes à identificação destas peças, que podem ser talvez confundidas com vasos de paredes finas ou outras produções de cerâmicas finas. Com efeito, apenas conhecemos dois outros sítios no território português onde se constataram estes produtos: Alcáçova de Santarém, com um único fragmento decorado com o kymation lésbio (Fig. 5), e Castro de Chibanes, onde se identificaram alguns exemplares desta categoria (Sousa, 2021Sousa, E. (2021). “As taças helenísticas com decoração a molde”. Em: Silva, C. T. da e Soares, J. (Eds.). O Castro de Chibanes na Conquista Romana. Intervenções Arqueológicas de 1996 a 2017. Setúbal: MAEDS, pp. 105-108.).

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Figura 5.  Fragmento de taça helenística com decoração a molde da Alcáçova de Santarém (elaboração própria).

Assim, este pequeno conjunto do Monte Molião constitui, até à data, o mais expressivo do território português, permitindo ampliar os mapas de distribuição das taças helenísticas com decoração a molde.

Com efeito, no contexto peninsular, estas parecem estar concentradas em áreas litorais, particularmente no Sudeste (Fig. 6 e Tab. 1), fenómeno que tem sido directamente relacionado com importância de Cartagena enquanto porto comercial, que proporcionou, até à data, o conjunto mais extenso destas produções orientais (Cabrera, 1978-1979Cabrera, P. (1978-1979). “La cerámica helenística de relieves de Cartagena”. Cuadernos de Prehistoria y Arqueología, 5-6, pp. 81-104. DOI: https://doi.org/10.15366/cupauam1979.6.006 ). Ainda assim, durante os últimos anos, a identificação destes vasos na área atlântica tem aumentado, com exemplares em sítios localizados na baía de Bolonia (Arévalo e Bernal, 2007, p. 232Arévalo, A. e Bernal, D. (Eds.) (2007). Las cetariae de Baelo Claudia. Avance de las investigaciones arqueológicasen el barrio meridional (2000-2004). Cádiz: Junta de Andalucía / Universidad de Cádiz.), em Cádis (Bernal et al., 2019Bernal Casasola, D., Puppo, P., Portillo Sotelo, J. L., Díaz, J. J. e Lavado Florido, M. L. (2019). “Una copa jonio/efesia de cerámica helenística con relieves firmada por Gorgias en la Bahía de Cádiz”. Boletín Ex Officina Hispana, 10, pp. 31-35.), no Baixo Guadalquivir (Campos Carrasco, 1986, p. 58 e fig. 49Campos Carrasco, J. M. (1986). Excavaciones arqueológicas en la ciudad de Sevilla. El origen prerromano y la Hispalis romana. Sevilla: Monte de Piedad y Caja de Ahorros de Sevilla.; Jaeggi, 1999, pp. 22-23Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Jiménez Sancho, 2002, p. 136Jiménez Sancho, Á. (2002). “Excavación en C/ Abades 41-43 (Sevilla); del siglo III A.C. al siglo IV”. Romula, I, pp. 125-150.; García Vargas e García Fernández, 2009, pp. 136, 144García Vargas, E. A. e García Fernández, F. J. (2009). “Romanización y consumo: cambios y continuidades en los contextos cerámicos de Hispalis en épocas turdetana y romano-republicana”. Spal, 18, pp. 131-165. DOI: https://doi.org/10.12795/spal.2009.i18.08 ; Vázquez Paz e Gethsemaní, 2018, p. 325Vázquez Paz, J. e Gethsemaní Pérez-Aguilar, L. (2018). “Importaciones de vajilla de mesa y cocina en Caura y su entorno inmediato entre el Alto Imperio Romano y la Antigüedad Tardía”. Em: Escacena Carrasco, J. L., Gómez Peña, Á. e Gethsemaní Pérez-Aguilar, L. (Eds.). Caura. Arqueología en el Estuario del Guadalquivir. Sevilla: Universidad de Sevilla, pp. 323-338.) e também na costa de Marrocos (Aranegui, 2005, p. 89Aranegui, C. (Ed.) (2005). Lixus-2 Ladera Sur. Excavaciones arqueológicas marroco-españolas en la colonia fenicia. Campañas 2000-2003. Valencia: Universidad de Valencia.). Ainda que se trate, de acordo com os dados publicados, de pequenos conjuntos, estas evidências atlânticas são representativas de um outro nódulo significante na geografia de distribuição destes materiais.

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Figura 6.  Distribuição das taças helenísticas com decoração a molde na Península Ibérica: 1. Ampúrias; 2. Burriac; 3. Tarragona; 4. La Moleta dels Frares; 5. Saguntum; 6. Valencia; 7. La Alcudia de Elche; 8. Tossal de Manises; 9. La Albufereta; 10. Santa Pola; 11. La Malladeta; 12. El Monastil; 13. Puig des Molins; 14. Son Carrió; 15. Pollentia; 16. Gotmar; 17. Ses Païsses; 18. Cales Coves; 19. Sa Torreta; 20. Trepucó; 21. Torre Llafuda; 22. Turó de les Abeilles; 23. Puig d’en Canals; 24. Isla de Cabrera; 25. Sant Jordi (naufrágio); 26. La Sort; 27. Cartagena; 28. Escombreras; 29. Huerta del Paturro; 30. Cabecico del Tesoro; 31. Archena; 32. La Alberca; 33. Murcia (região); 34. La Romana; 35. Villaricos; 36. Fuente Álamo; 37. Cerro del Real de Galera; 38. Córdoba; 39. Morro de Mezquitilla; 40. Málaga; 41. Gorham’s Cave (?); 42. Rota (região); 43. Baelo Claudia; 44. Mesas de Asta; 45. Verinsur; 46. Cádis - Teatro Cómico; 47. Sevilha - C/ Argote de Molina; 48. Sevilha - C/Abades; 49. Sevilha - C/ Argote de Molina; 50. Estacada de Alfaro; 51. Monte Molião; 52. Castro de Chibanes; 53. Santarém; 54. Lixus (elaboração própria).
1 Ampúrias Vegas, 1953-1954Vegas, M. (1953-1954). “Dos vasos megáricos de Ampurias”. Ampurias, 15, pp. 352-355., 1955-1956Vegas, M. (1955-1956). “Fragmento de molde megárico de Ampurias”. Ampurias, 17, pp. 252-253.; Fernández de Avilés, 1957Fernández de Aviles, A. (1957). “Cerâmica “de Megara” em Espanha. A propósito de um projecto de catálogo”. Revista de Guimarães, 67, pp. 47-54.
2 Burriac Beltrán Lloris, 1990Beltrán Lloris, M. (1990). Guía de la cerámica romana. Zaragoza: Pórtico.; Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.
3 Tarragona Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004
4 La Moleta dels Frares Arasa i Gil, 1987Arasa i Gil, F. (1987). Lesera: (La Moleta dels Frares, El Forcall): estudi sobre la romanització a la comarca dels Ports. Castellón: Diputación de Castellón.; v. tb. Tordera Guarinas, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
5 Saguntum Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004
6 Valencia Montesinos Martinez, 1983Montesinos i Martínez, J. (1983). “Constatación de cerámica Helenística de relieves en Valentia”. Arse, 18, pp. 367-371.
7 La Alcudia de Elche Fernández de Avilés, 1957Fernández de Aviles, A. (1957). “Cerâmica “de Megara” em Espanha. A propósito de um projecto de catálogo”. Revista de Guimarães, 67, pp. 47-54.; Cabrera, 2004bCabrera, P. (2004b). “La cerámica helenística de relieves de La Alcudia (Elche)”. Em: Tortosa Rocamora, T. (Ed.). El yacimiento de La Alcudia (Elche, Alicante): pasado y presente de un enclave ibérico. Madrid: CSIC, pp. 55-70.; Lara Vives, 2004-2005Lara Vives, G. (2004-2005). “Cerámicas helenísticas de relieves en La Alcudia (Elche, Alicante)”. Lucentum, XXIII-XXIV, pp. 105-126. DOI: https://doi.org/10.14198/LVCENTVM2004-2005.23-24.06
8 Tossal de Manises Fernández de Avilés, 1957Fernández de Aviles, A. (1957). “Cerâmica “de Megara” em Espanha. A propósito de um projecto de catálogo”. Revista de Guimarães, 67, pp. 47-54.; Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.; Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004
9 La Albufereta Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.; Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004
10 Santa Pola Ramos Fernández, 1978Ramos Fernández, R. (1978). “Un vaso de tipo “megárico” del Portus Illicitanus”. Item, 3, pp. 87-88.
11 La Malladeta Espinosa e Marcos, 2014Espinosa Ruiz, A. e Marcos González, A. (2014). “Los materiales muebles”. Em : Rouillard, P., Espinosa Ruiz, A. e Moratalla Jávega, J. (Coords.). Villajoyosa antique (Alicante, Espagne): territoire et topographie: le sanctuaire de La Malladeta. Madrid: Casa de Velázquez, pp. 108-155.
12 El Monastil Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.
13 Puig des Molins Fernández de Avilés, 1956Fernández de Aviles, A. (1956). “Cuenco megárico de Ibiza en el Museo Arqueológico de Madrid”. Em: Actas del Ier Congreso de Estudios Clásicos. Madrid: Sociedad Española de Estudios Clásicos, pp. 296-300., 1957Fernández de Aviles, A. (1957). “Cerâmica “de Megara” em Espanha. A propósito de um projecto de catálogo”. Revista de Guimarães, 67, pp. 47-54.; v. tb. Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
14 Son Carrió Fernández de Avilés, 1957Fernández de Aviles, A. (1957). “Cerâmica “de Megara” em Espanha. A propósito de um projecto de catálogo”. Revista de Guimarães, 67, pp. 47-54.; Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
15 Pollentia Arribas Trías, 1959Arribas Trías, G. (1959). “Cerámica de Megara en Pollentia, La Alcudia (Mallorca)”. Archivo Español de Arqueología, XXXII, pp. 84-92
16 Gotmar Cerdá, 2002Cerdá, D. (2002). Bocchoris. El món clàssic a la badia de Pollença. Palma de Mallorca: Consell de Mallorca.
17 Ses Païsses Aramburu-Zabala, 2021Aramburu-Zabala, F. J. (2021). Ses Païsses (Artà, Mallorca). Cerámicas a torno no anfóricas. Documento on-line disponível em https://www.academia.edu/46920376/SES_PA%C3%8FSSES_Art%C3%A0_Mallorca_CER%C3%81MICAS_A_TORNO_NO_ANF%C3%93RICAS (Consultado a 05/06/2021).
18 Cales Coves Sánchez e Orfila, 2015Sánchez López, H. e Orfila Pons, M. (2015). “Boles helenísticos con relieves a molde en el santuario de Calescoves (Menorca)”. Spal, 24, pp. 237-249. https://doi.org/10.12795/spal.2015i24.10
19 Sa Torreta Murray, 1934Murray, M. A. (1934). Cambridge Excavations in Minorca. Sa Torreta. Cambridge: Cambridge University Press.; cf. Sánchez e Orfila, 2015Sánchez López, H. e Orfila Pons, M. (2015). “Boles helenísticos con relieves a molde en el santuario de Calescoves (Menorca)”. Spal, 24, pp. 237-249. https://doi.org/10.12795/spal.2015i24.10
20 Trepucó Murray, 1938Murray, M.A. (1938). Cambridge Excavations in Minorca. Trapucó, Part II. Cambridge: Cambridge University Press.; cf. Sánchez e Orfila, 2015Sánchez López, H. e Orfila Pons, M. (2015). “Boles helenísticos con relieves a molde en el santuario de Calescoves (Menorca)”. Spal, 24, pp. 237-249. https://doi.org/10.12795/spal.2015i24.10
21 Torre Llafuda Nicolás, 1983Nicolás, J. de (1983). “Romanización de Menorca”. Em: Geografía e Historia de Menorca, Tomo IV. Ciudadela: Vicente Colom Rosselló Editor, pp. 201-283.; cf. Sánchez e Orfila, 2015Sánchez López, H. e Orfila Pons, M. (2015). “Boles helenísticos con relieves a molde en el santuario de Calescoves (Menorca)”. Spal, 24, pp. 237-249. https://doi.org/10.12795/spal.2015i24.10
22 Turó de les Abeilles Blech, Camps e Vallespir 1978Blech, M., Camps, J. e Vallespir, A. (1978). “Eine reliefschale aus Mallorca”. Madrider Mitteilungen, 19, pp. 231-237.; Camps e Vallespir, 1998Camps, J. e Vallespir, A. (1998). Excavacions a Santa Ponça, Mallorca. El Turó de les Abeilles. Palma de Mallorca: Consell de Mallorca.
23 Puig d’en Canals Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
24 Isla de Cabrera Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
25 Sant Jordi (naufrágio) Cerdá, 1980Cerdá, D. (1980). La nave romano-republicana de la colonia de Sant Jordi. Palma de Mallorca: Cort.; Beltrán Lloris, 1990Beltrán Lloris, M. (1990). Guía de la cerámica romana. Zaragoza: Pórtico.; Ramon Torres, 1991Ramon Torres, J. (1991). Las ánforas púnicas de Ibiza. Ibiza: Museo Arqueológico de Ibiza y Formentera.
26 La Sort Bolufer e Ribera, 1995Bolufer Marqués, J. e Ribera, A. (1995). “Dos casos de poblament romà (litoral/interior) al País Valencià: La Vall de Xàbia - La Vall Dels Alforins”. Em: Jorge, V. O. (Ed.), 1.º Congresso de Arqueologia Peninsular. Porto: ADECAP, vol. 5, pp. 293-320.
27 Cartagena Cabrera Bonet, 1978-1979Cabrera, P. (1978-1979). “La cerámica helenística de relieves de Cartagena”. Cuadernos de Prehistoria y Arqueología, 5-6, pp. 81-104. DOI: https://doi.org/10.15366/cupauam1979.6.006
28 Escombreras Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.
29 Huerta del Paturro Lara Vives, Mendiola Tébar e López Seguí, 2009Lara Vives, G., Mendiola Tébar, E. M. e López Seguí, E. (2009). “Un cuenco de cerámica helenística de relieves procedente de la villa romana Huerta Del Paturro (Cartagena)”. Mastia, 8, pp. 35-41.
30 Cabecico del Tesoro García Cano, García Cano e Ruiz Valdera, 1989García Cano, C., García Cano, J. M. e Ruiz Valdera, E. (1989). “Las cerámicas campanienses de la necrópolis ibérica del Cabecico del Tesoro (Verdolay, Murcia)”. Verdolay, 1, pp. 117-187.; v. tb. Jaeggi 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
31 Archena Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.; Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004
32 La Alberca Martínez Alcalde, 1999Martínez Alcalde, M. (1999). “Excavación arqueológica en la zona de La Alberca (Lorca, Murcia). Un horno alfarero de los siglos VII-VI a.C. y un centro comercial y militar de época tardopúnica y romana”. In: Memorias de Arqueología de la Región de Murcia, 14, pp. 213-260.
33 Murcia (região) Fernández de Avilés, 1957Fernández de Aviles, A. (1957). “Cerâmica “de Megara” em Espanha. A propósito de um projecto de catálogo”. Revista de Guimarães, 67, pp. 47-54.; Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.
34 La Romana Beltrán Lloris, 1979Beltrán Lloris, M. (1979). El poblado ibérico de Castillejo de La Romana (La Puebla de Híjar, Teruel). Madrid: Ministerio de Cultura.; v. tb. Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.; Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004
35 Villaricos Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
36 Fuente Álamo Chávez Álvarez, 2000Chávez Álvarez, M. E. (2000). Análisis del territorio durante la ocupación protohistórica y romana en la depresión de Vera y valle del río Almanzora, Almería. Tese de Doutoramento, Universidad de La Laguna.
37 Cerro del Real de Galera Pellicer e Schüle, 1966Pellicer Catalán, M. e Schüle, W. (1966). El Cerro del Real (Galera, Granada). El corte estratigráfico IX. Madrid: Ministerio de Educación Nacional.; v. tb. Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
38 Córdoba Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
39 Morro de Mezquitilla Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.
40 Málaga Pérez-Malumbres Landa, 2012Pérez-Malumbres Landa, A. (2012). “Contextos comerciales de la transición de la Malaka fenicia a la romana en los solares de Calle Granada, 57-61”. In: Mora Serrano, B. e Cruz Andreotti, G. (Eds.). La etapa neopúnica en Hispania y el Mediterráneo centro occidental: identidades compartidas. Sevilha: Universidad, pp. 361-390.
41 Gorham’s Cave (?) Gutiérrez López et al., 2001Gutiérrez López, J. M., Reinoso del Río, M. C., Giles Pacheco, F. e Finlayson, C. (2001). “Nuevos estudios sobre el santuario de Gorham’s Cave (Gibraltar)”. Almoraima, 25, pp. 13-30.
42 Rota (região) Riesco García, 2010Riesco García, F. J. (2010). “La presencia romana en el territorio de Rota”. Em: Gutiérrez López, J. M. (Ed.). De la Prehistoria a La Rábita y la villa: arqueología de Rota y la Bahía de Cádiz. Cádiz: Fundación Alcalde Zoilo Ruiz Mateos, pp. 149-172.
43 Baelo Claudia Arévalo e Bernal, 2007Arévalo, A. e Bernal, D. (Eds.) (2007). Las cetariae de Baelo Claudia. Avance de las investigaciones arqueológicasen el barrio meridional (2000-2004). Cádiz: Junta de Andalucía / Universidad de Cádiz.
44 Mesas de Asta Fernández de Avilés, 1957Fernández de Aviles, A. (1957). “Cerâmica “de Megara” em Espanha. A propósito de um projecto de catálogo”. Revista de Guimarães, 67, pp. 47-54.; Tordera Guarinos, 1991Tordera Guarinos, F. F. (1991). “Boles helenísticos en relieve en el poblado de «El Monastil»”. Alebus, 1, pp. 9-32.; Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
45 Verinsur Bernal Casasola et al., 2019Bernal Casasola, D., Puppo, P., Portillo Sotelo, J. L., Díaz, J. J. e Lavado Florido, M. L. (2019). “Una copa jonio/efesia de cerámica helenística con relieves firmada por Gorgias en la Bahía de Cádiz”. Boletín Ex Officina Hispana, 10, pp. 31-35.
46 Cádis - Teatro Cómico Cf. Bernal Casasola et al., 2019Bernal Casasola, D., Puppo, P., Portillo Sotelo, J. L., Díaz, J. J. e Lavado Florido, M. L. (2019). “Una copa jonio/efesia de cerámica helenística con relieves firmada por Gorgias en la Bahía de Cádiz”. Boletín Ex Officina Hispana, 10, pp. 31-35.
47 Sevilha - C/ Argote de Molina Campos Carrasco, 1986Campos Carrasco, J. M. (1986). Excavaciones arqueológicas en la ciudad de Sevilla. El origen prerromano y la Hispalis romana. Sevilla: Monte de Piedad y Caja de Ahorros de Sevilla.; v. tb. Jaeggi, 1999Jaeggi, O. (1999). Der Hellenismus auf der Iberischen Halbinsel : Studien zur iberischen Kunst und Kultur : das Beispiel eines Rezeptionsvorgangs. Darmstadt: Philipp von Zabern.; Cabrera, 2004aCabrera, P. (2004a). “Vasos cerámicos de importación de lujo del Mediterráneo oriental y central”. Em: Olmos, R. e Rouillard, P., eds., La vajilla ibérica en época helenística (siglos IV-III al cambio de era). Madrid: Casa de Velázquez, pp. 5-17.
48 Sevilha - C/Abades Jiménez Sancho, 2002Jiménez Sancho, Á. (2002). “Excavación en C/ Abades 41-43 (Sevilla); del siglo III A.C. al siglo IV”. Romula, I, pp. 125-150.
49 Sevilha - C/ Argote de Molina García Vargas e García Fernández, 2009García Vargas, E. A. e García Fernández, F. J. (2009). “Romanización y consumo: cambios y continuidades en los contextos cerámicos de Hispalis en épocas turdetana y romano-republicana”. Spal, 18, pp. 131-165. DOI: https://doi.org/10.12795/spal.2009.i18.08
50 Estacada de Alfaro Vázquez e Gethsemaní, 2018Vázquez Paz, J. e Gethsemaní Pérez-Aguilar, L. (2018). “Importaciones de vajilla de mesa y cocina en Caura y su entorno inmediato entre el Alto Imperio Romano y la Antigüedad Tardía”. Em: Escacena Carrasco, J. L., Gómez Peña, Á. e Gethsemaní Pérez-Aguilar, L. (Eds.). Caura. Arqueología en el Estuario del Guadalquivir. Sevilla: Universidad de Sevilla, pp. 323-338.
51 Monte Molião Neste trabalho
52 Chibanes Sousa, 2021Sousa, E. (2021). “As taças helenísticas com decoração a molde”. Em: Silva, C. T. da e Soares, J. (Eds.). O Castro de Chibanes na Conquista Romana. Intervenções Arqueológicas de 1996 a 2017. Setúbal: MAEDS, pp. 105-108.
53 Santarém Neste trabalho
54 Lixus Aranegui, 2005Aranegui, C. (Ed.) (2005). Lixus-2 Ladera Sur. Excavaciones arqueológicas marroco-españolas en la colonia fenicia. Campañas 2000-2003. Valencia: Universidad de Valencia.
Tabela 1.  Taças helenísticas com decoração a molde na Península Ibérica: listagem dos sítios de proveniência (elaboração própria).

No que diz respeito às importações de terra sigillata oriental A, cabe referir que nas últimas décadas se têm reconhecido já alguns exemplares na costa portuguesa. Trata-se, concretamente, de três fragmentos recolhidos na Alcáçova de Santarém das formas Hayes 7, 9 e 19 (Viegas, 2003, pp. 36-38Viegas, C. (2003). A terra sigillata da Alcáçova de Santarém. Cerâmica, economia e comércio. Lisboa: Instituto Português de Arqueologia.), esta última identificada também no Monte Molião; um fragmento talvez da forma Hayes 3 do Alto dos Cacos (Silva, Pimenta e Mendes, 2013Silva, R. B., Pimenta, J. e Mendes, H. (2013). “A terra sigillata do acampamento militar romano de Alto dos Cacos (Almeirim)”. Em: Arqueologia em Portugal. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses, pp. 775-783.); três fragmentos de Alcácer do Sal, da forma Hayes 3 e possivelmente da forma Hayes 11 (Sepúlveda, Faria e Faria, 2000Sepúlveda, E., Faria, J. C. e Faria, M. (2000). “Cerâmicas romanas do lado ocidental do Castelo de Alcácer do Sal, 1: terra sigillata”. Revista Portuguesa de Arqueologia, 3/2, pp. 119-150.; Viegas, 2014Viegas, C. (2014). “Terra sigillata imports in Salacia (Alcácer do Sal, Portugal)”. Em: Rei Cretariae Romanae Favtorvm Acta 43. Bonn: Rei Cretariae Romanae Fautores, pp. 755-764.); três fragmentos, infelizmente sem forma reconhecível, das Mesas do Castelinho (Viegas, 2019Viegas, C. (2019). “Terra sigillata trade in Mesas do Castelinho (Almodôvar-Portugal): pattern of imports and contextual data in southern Lusitania”. Spal, 28-1, pp. 97-129. DOI: https://doi.org/10.12795/spal.2019.i28.05 ); um fragmento de Faro, da forma Hayes 3 (Viegas, 2011, pp. 129-130Viegas, C. (2011). A ocupação romana do Algarve - estudo do povoamento e economia do Algarve central e oriental no período romano. Lisboa: Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.), ao qual se soma outro recuperado num contexto romano-republicano de finais do século II / século I a. C., mas sem indicação de forma (Gomes, 2016Gomes, J. (2016). Ossonoba entre a Idade do Ferro e Roma. Estudo de cerâmica de tradição púnico-turdetana do sítio do Quintal da Judiciária, Faro (séculos III-I a.C.). Tese de mestrado, Universidade do Algarve.). Paradoxalmente, no restante território peninsular é mais difícil rastrear a disseminação da terra sigillata oriental A, ainda que pareça evidente a sua maior recorrência na costa oriental (Beltrán, 1990Beltrán Lloris, M. (1990). Guía de la cerámica romana. Zaragoza: Pórtico.), particularmente na área de Cartagena (Pérez Ballester, 1983Pérez Ballester, J. (1983). “Cerámicas helenísticas del Mediterráneo Oriental en Cartagena”. Em: Crónica del XVI Congreso Arqueológico Nacional. Zaragoza: Universidad de Zaragoza, pp. 519-532.) e Alcudia de Elche (Lara Vives, 2004-2005, p. 124, nota 40Lara Vives, G. (2004-2005). “Cerámicas helenísticas de relieves en La Alcudia (Elche, Alicante)”. Lucentum, XXIII-XXIV, pp. 105-126. DOI: https://doi.org/10.14198/LVCENTVM2004-2005.23-24.06 ).

Um outro aspecto que deve ser referido é o facto de os conjuntos de importações orientais de época romana-republicana na Península Ibérica não se limitarem a vasos de terra sigillata oriental A e a taças helenísticas com decoração a molde, podendo também incluir outras formas como os lagynoi, documentados em sítios como Cartagena e Valência (Pérez Ballester, 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004 ). A associação destas últimas duas morfologias permite, inclusivamente, equacionar a disseminação de um pacote oriental destinado especificamente ao consumo de vinho, e talvez em particular de vinho grego, que seria distribuído em ânforas ródias (Perez Ballester, 2012, p. 74Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004 ).

Infelizmente, também estes materiais são escassos no território português. No que diz respeito às ânforas ródias, exemplares do período Romano-republicano só foram identificados no estuário do Tejo, concretamente na Alcáçova de Santarém (Bargão, 2006Bargão, P. (2006). As importações anfóricas do Mediterrâneo durante a época romana republicana na Alcáçova de Santarém. Tese de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.) e em Lisboa (Filipe, 2018, p. 323Filipe, V. (2018). Olisipo, o grande porto da fachada atlântica. Economia e comércio entre a República e o Principado. Tese de Doutoramento, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.), sendo os três datados da segunda metade do século II a. C. No que diz respeito aos lagynoi a situação é mais complexa, conhecendo-se apenas alguns exemplares no Castro de Chibanes (Sousa e Pereira, 2021Sousa, E. e Pereira, T. (2021). “A cerâmica comum”. Em: Silva, C. T. da e Soares, J. (Eds.). O Castro de Chibanes na Conquista Romana. Intervenções Arqueológicas de 1996 a 2017. Setúbal: MAEDS, pp. 149-228.), mas para os quais não é possível assegurar uma proveniência do Mediterrâneo Oriental.

De qualquer forma, parece claro que a documentação sobre a presença de importações orientais nas costas atlânticas está ainda a dar os seus primeiros passos, e que futuras publicações permitirão delinear um quadro mais completo deste fenómeno que ocorreu a uma escala bem mais ampla, e que esteve possivelmente relacionado com a intensificação das actividades comerciais de negotiatores itálicos em Delos (ver, entre outros, Pierobon, 1985Pierobon, R. (1985). “La ceramica e la vita della città: le coppe a rilievo ellenistiche”. Bollettino d´Arte, 31-32, pp. 83-92.; Bertone, 1989Bertone, S. (1989). “Ceramica ellenistica decorata a rilievo a Populonia”. Rassegna di Archeologia, 8, pp. 225-231.), utilizando como possíveis intermediários outros comerciantes da área meridional da Península Itálica (Pérez Ballester, 1994Pérez Ballester, J. (1994). “Asociaciones de laginos, boles helenísticos de relieves y ánforas rodias em contextos mediterrâneos (siglos II y I a.C.)”. Em: Iberos y griegos: lecturas desde la diversidade. Huelva: Diputación Provincial, pp. 345-365., 2012Pérez Ballester, J. (2012). “Sobre cerámicas Helenísticas en Iberia / Hispania. Significado y funcionalidad”. Archivo Español de Arqueología, 85, pp. 65-78. DOI: https://doi.org/10.3989/aespa.085.012.004 ).

Ainda assim, a utilização dos produtos ligados ao consumo alimentar, em particular das taças helenísticas com decorações a molde, que se distinguem por um maior cuidado na sua execução, tem sido associada primariamente a contextos de cariz religioso e também funerário (Laumonier, 1977Laumonier, A. (1977). La céramique hellénistique à reliefs. I Les ateliers “ioniens”. París: École Francaise d’Athenes et Rome.; Pierobon, 1985Pierobon, R. (1985). “La ceramica e la vita della città: le coppe a rilievo ellenistiche”. Bollettino d´Arte, 31-32, pp. 83-92.; Semeraro, 2005Semeraro, G. (2005). “Per un approccio contestuale alla lettura delle immagni. Le ceramiche a rilievo di Hierapolis di Frigia”. Mélanges de l’École Française de Rome. Antiquité, 117/1, pp. 83-98.; Leotta, 2017Leotta, M. C. (2017). La ceramica ellenistica a rilievo dell’Italia centrale. Produzione e diffusione. Roma: Scienze e Lettere. ), situação que se pode aplicar também a alguns conjuntos ocidentais (Sánchez López e Orfila Pons, 2015Sánchez López, H. e Orfila Pons, M. (2015). “Boles helenísticos con relieves a molde en el santuario de Calescoves (Menorca)”. Spal, 24, pp. 237-249. https://doi.org/10.12795/spal.2015i24.10 ). No que diz respeito aos dados de Monte Molião, assim como das restantes evidências do território português, estes produtos orientais parecem ter sido utilizados em actividades e contextos eminentemente quotidianos, até porque os restantes (rituais e funerários) permanecem, em grande parte, desconhecidos. Contudo, esta questão só poderá ser desenvolvida com novos dados, em particular de natureza contextual, que permitam aferir práticas de consumo específicas nas quais estas cerâmicas foram incorporadas.

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